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Policy Brief

Autora: Isabelle Vilela

O aquecimento dos oceanos está impactando diretamente o aumento da seca na Amazônia. As interações entre oceano e atmosfera são fundamentais para o regime de chuvas da região. O oceano é o principal regulador do clima global, absorvendo mais de 90% do calor extra causado pelas emissões de gases de efeito estufa.

Em cenários  de altas emissões, a temperatura do Atlântico pode subir mais de 2 °C até 2050, aumentando o armazenamento de calor nas camadas superficiais do oceano. Projeções climáticas apontam redução das chuvas na Amazônia — com áreas críticas já projetadas para a agenda de 2030 e tendência de intensificação até 2050. O aquecimento da atmosfera e dos oceanos também aceleram o derretimento das geleiras nos polos e aumenta a entrada de água doce no Atlântico Norte, reduzindo sua salinidade.

O aumento de temperatura e diminuição da salinidade alteram a a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), sistema essencial para redistribuir calor e manter a estabilidade climática global e regional — incluindo na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que desempenha papel crítico na regulação climática planetária.

  • O aquecimento do Atlântico e o enfraquecimento da AMOC podem alterar o ingresso de umidade para a Amazônia, afetando seu regime hidrológico.
  • Como consequência, cresce o risco de desequilíbrio dos “Rios Voadores”, fluxos atmosféricos de vapor d’água que sustentam o regime de chuvas e a estabilidade ecológica da floresta.

Recomendações:
Reduzir as emissões globais de carbono e viabilizar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) como instrumento de mitigação e adaptação, mobilizando financiamento internacional de longo prazo para a conservação da Amazônia e o fortalecimento da resiliência climática, em consonância com o Acordo de Paris.