Policy Brief
Rathna Kewal (Coordenadora de Mudanças Climáticas/OTCA)
Recomendações do documento:
- Equidade: Priorizar nas ações de adaptação as populações mais afetadas.
- Responsabilidade histórica: Maiores emissores devem liderar a redução de emissões e o financiamento climático.
- Participação: Garantir a inclusão de povos indígenas, mulheres e jovens nos processos decisórios.
- Abordagem baseada em direitos: Assegurar que as políticas climáticas respeitem os direitos humanos e reconheçam a Natureza como sujeito de direitos.
- Financiamento justo: O apoio financeiro do Norte Global deve chegar diretamente às comunidades de linha de frente, sem condicionalidades injustas.
- Cessar atividades econômicas nocivas: Exigir o fim de investimentos que impulsionam o desmatamento e a exploração da Amazônia (como expansão indústria de alta emissão de carbono e agricultura insustentável).
- Desenvolvimento equitativo: Promover economias florestais inclusivas, sustentáveis e de base comunitária — apoiando bioeconomias, empreendimentos indígenas e cadeias de baixo carbono.
- Fortalecimento da cooperação e da justiça: Combater crimes ambientais, proteger defensores ambientais e assegurar transparência nas políticas públicas.
Os países industrializados do Norte Global — especialmente os Estados Unidos e a Europa — são responsáveis por mais de metade das emissões históricas de gases de efeito estufa.
Enquanto isso, regiões inteiras como a África contribuíram com menos de 10%.
Essas emissões sustentaram o desenvolvimento econômico do Norte, à custa da degradação ambiental e social do Sul.
Apesar de contribuírem minimamente para o problema, os países do Sul Global — na África, Ásia e América Latina — sofrem os maiores impactos: aumento de temperaturas, secas, enchentes, tempestades e elevação do nível do mar.
A lacuna no financiamento climático persiste: apenas 33% dos recursos públicos reportados são destinados à adaptação, enquanto 59% vão para mitigação, a maior parte circulando entre países desenvolvidos.
O caso das enchentes no Paquistão (2022), que afetaram 33 milhões de pessoas, exemplifica como as nações em desenvolvimento enfrentam vulnerabilidades extremas com pouca capacidade de resposta, evidenciando a injustiça climática global.




